^{O projeto IFRISBEE Ultimate Frisbee auxilia na promoção de competências socioemocionais em seus praticantes. | Foto: Divulgação/@ifrisbee_>}

Desde 2022, o projeto impactou diretamente 848 participantes, entre estudantes e professores, em mais de 30 oficinas itinerantes realizadas em instituições do Sul do Brasil. As atividades incluíram os campi do IFFar, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), além de escolas municipais e estaduais, totalizando mais de 6.600 quilômetros percorridos.

Além de divulgar o Ultimate Frisbee, o projeto promove valores como igualdade de gênero, respeito mútuo e resolução pacífica de conflitos. Para Luciano de Almeida, docente do IFFar e coordenador do projeto, "o Ultimate Frisbee deveria estar presente no currículo escolar, pois é um esporte que promove habilidades socioemocionais por meio da autorregulação e do espírito de jogo".

Essa modalidade de esporte coletivo difere por não possuir árbitros, sendo regido pelo princípio do "espírito de jogo". Isso significa que os próprios jogadores são responsáveis por resolver conflitos, promovendo uma cultura de diálogo e empatia. No Campus Santo Augusto, o frisbee já faz parte do currículo e dos torneios internos.

^{Ações do projeto já alcançaram mais de 30 instituições de ensino na região Sul do Brasil | Foto: Divulgação/@ifrisbee_>}

Uma Modalidade Inclusiva
Para muitos alunos, a prática de esportes durante a educação básica nem sempre é uma experiência acolhedora. Foi o caso de Luiza Pitol Strada, aluna do 3º ano do curso técnico integrado em Administração do Campus Santo Augusto. A estudante relata que, durante o ensino fundamental, o medo de errar e a falta de incentivo a afastaram das atividades físicas. No entanto, ao ingressar no IFFar, Luiza encontrou uma nova perspectiva na educação física, marcada por uma dinâmica mais inclusiva e motivadora. Esse ambiente encorajador permitiu que a jovem se sentisse à vontade para aprender e participar ativamente, explorando novas modalidades esportivas, como o frisbee, um esporte até então desconhecido para Luiza.

A mudança teve um impacto profundo em sua relação com o esporte. "Isso que me ganhou na educação física do IFFar, principalmente no frisbee: a liberdade de poder aprender sem ser julgada por não ter uma boa performance", ressalta Luiza. Em 2024, a estudante participou de seu primeiro torneio, desafiando o próprio receio de competir. Apesar de seu time não ter conquistado a vitória, a experiência foi marcante por proporcionar a segurança de estar em um ambiente acolhedor, onde a dedicação e o aprendizado contínuo eram mais valorizados do que a perfeição.

Além do sucesso no IFFar, o projeto também conquistou adesão em outras unidades da rede federal. Um exemplo é o IFRS Campus Erechim, onde Ivan Bagnara, docente de Educação Física, destacou a iniciativa: "Foi uma experiência incrível. É uma nova possibilidade educativa para a Educação Física escolar, um esporte participativo e divertido, no qual todos se envolvem", comentou.

Impacto e Sustentabilidade
O projeto, agora em sua quarta edição, busca expandir sua abrangência para a rede federal de educação em nível nacional em 2025. A meta é não apenas ampliar o conhecimento sobre o esporte, mas também formar professores, promover festivais de Ultimate Frisbee e consolidar parcerias estratégicas, como o acordo em tramitação com o Instituto Politécnico de Leiria, em Portugal, junto ao Professor José Pedro Amoroso, uma das maiores referências mundiais nos Esportes de Disco em nível escolar.

Além das oficinas, a equipe mantém um perfil no Instagram para divulgar as ações do projeto. A página já acumulou mais de 50 mil visualizações, ampliando ainda mais seu alcance.

Visão de Futuro
Com a expansão prevista para 2025, o IFRISBEE busca integrar o Ultimate Frisbee ao cotidiano das instituições educacionais, fomentando a prática esportiva e valores sociais fundamentais. "Nosso objetivo é transformar o esporte em uma prática corporal educativa e cultural que impacte positivamente a comunidade escolar e além", conclui Luciano de Almeida.

O coordenador também reforça a intenção de ampliar a rede de instituições envolvidas no projeto. "Vamos buscar o maior alcance possível de instituições da rede federal de educação, ciência e tecnologia em nível nacional", comenta.

O IFRISBEE demonstra que o esporte coletivo pode ir além do campo, tornando-se uma ferramenta para o desenvolvimento de competências socioemocionais que auxiliam na percepção de si e do outro.

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Secom