Pesquisa do IFFar busca desenvolver método eficaz para detectar Coronavírus
Uma professora do Instituto Federal Farroupilha – Campus São Borja vai desenvolver um projeto de pesquisa que busca a criação de um método simples, rápido e barato de detecção do novo Coronavírus. A pesquisa terá financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).
Foto: professora Franciele Wolfart (na direita) em atividade letiva no IFFar - Campus São Borja
De acordo com a professora de química do IFFar – Campus São Borja, Franciele Wolfart, responsável pelo projeto, a proposta da pesquisa consiste na construção de um biossensor eletroquímico para detectar o novo Coronavírus. Um biossensor é um dispositivo que se baseia na reação eletroquímica que ocorre na interação entre um eletrodo e uma solução (ver imagem).
O dispositivo que será desenvolvido terá eletrodos modificados com uma proteína que reage especificamente com o vírus Sars-Cov-2, nome dado ao novo Coronavírus, causador da doença Covid-19. Dessa forma, será possível detectar a presença do vírus em uma solução através de um sinal elétrico.
A professora Franciele Wolfart explica que, como o eletrodo será modificado para reagir especificamente com a superfície do vírus, o método poderá ser seletivo e confiável. O teste baseado em sinal elétrico poderá ser obtido em poucos minutos no próprio local da coleta, diminuindo custos e tempo de análise.
Imagem: esquema produzido pela professora Franciele explicando funcionamento do biossensor; a figura da esquerda mostra os eletrodos mergulhados na solução; na direita, o detalhe do eletrodo modificado
Segundo dados do Ministério da Saúde, o método atual utilizado para detectar o novo Coronavírus é bem testado e consegue detectar o vírus em concentrações baixas. O problema é que ele é demorado e caro, precisa ser realizado em ambiente controlado e não é isento de erros.
Se comprovada a eficácia do método a ser desenvolvido pela pesquisa da professora Franciele, ele poderia originar pequenos dispositivos que seriam usados por profissionais em consultórios e hospitais como alternativa aos demais testes para detecção do vírus. A presença do novo Coronavírus poderia ser detectada em questão de minutos, o que evitaria, por exemplo, que as amostras fossem enviadas para laboratórios específicos de análise, diminuindo custos e tempo.
A professora Franciele ressaltou que os acontecimentos atuais indicam que a pandemia pode durar ainda um certo tempo e destacou a importância do desenvolvimento de novos métodos de detecção do novo Coronavírus: “podemos ver nas últimas notícias que novos casos já foram notificados na China. Então é possível que tenhamos novas ondas de infecção. Por isso vamos precisar de vários tipos de testes rápidos e confiáveis, principalmente para detectar o vírus em pacientes assintomáticos e em estágios iniciais para planejar as medidas de isolamento ou não”.
Projeto de pesquisa foi aprovado em edital emergencial da Fapergs
O projeto de pesquisa da professora do IFFar – Campus São Borja, Franciele Wolfart, terá financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). O financiamento foi obtido através de um edital emergencial lançado pela Fundação para estimular o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias referentes ao combate à Covid-19.
O prazo para o desenvolvimento do projeto é de um ano. De acordo com a professora Franciele, o início da pesquisa está previsto para o final do mês de maio. Os primeiros resultados devem sair nos próximos meses. Depois de comprovada a eficácia do material ainda haverá o desafio de conseguir parceiro público ou privado com interesse em investir na produção do dispositivo em larga escala.
Secom
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