Acadêmicas propõe patrimonialização de método produtivo do vale dos vinhedos
Gastronomia não é só cozinha. Nessa perspectiva é que as alunas do curso de Tecnologia em Gastronomia Emeline Teichmann, Paula de Oliveira Sant'ana e Taíse de Paula Monteiro, apresentaram uma proposta de patrimonialização do método de produção do vale dos vinhedos, durante o II Congresso Internacional Interdisciplinar de Ciências Humanas (Cointer), promovido pela Unipampa Campus São Borja, de 06 a 10 de novembro.
Imagem: Emilene, Taíse e Paula apresentam pôster no II Cointer / foto-reprodução
O evento de iniciativa do curso de Licenciatura em Ciências Humanas teve como tema “América Latina no século XXI: os novos rumos da educação e da democracia” e busca proporcionar a troca de conhecimentos e experiências a respeito das várias dimensões que constituem o processo educativo no âmbito escolar ou extraescolar e suas relações com aspectos da política e da sociedade latino- americana, além de reunir professores, alunos, pesquisadores e demais atores envolvidos com a educação para ampliar seus entendimentos e qualificar suas práticas.
O trabalho das discentes Emeline, Paula e Taíse é uma proposta de patrimonialidade do método de produção do vale dos vinhedos desde o plantio até o produto final, isto é, o vinho. De acordo com as acadêmicas, por meio desta iniciativa se preservariam os locais que fazem parte dos vinhedos (Bento Gonçalves, Garibalde e Monte Belo do Sul), o ambiente e a forma de como as pessoas produzem a bebida lá, preservando também o modo de viver local. Com esta pesquisa as acadêmicas receberam o prêmio Destaque, na categoria Pôster.
Imagem: Emilene recebe certificado de apresentação de trabalho no II Cointer / foto-reprodução
A patrimonialização leva em consideração as normativas vigentes no Brasil sobre o programa nacional de patrimônio imaterial. Para as estudantes, o vale dos vinhedos se enquadra nessas características, porque primeiramente, a vitivinicultura movimenta a economia local; tem terroir (conjunto de clima, solo, índices pluviométricos) e também um método de fazer particular da região, que garante que a produção seja realizada com uvas nativas.
Atualmente, os vinhos produzidos são certificados pela Aprovale (Associação dos Produtores do Vale dos Vinhedos), que confere o título aos produtores locais que atendem as exigências da entidade. O Vale dos Vinhedos é a primeira região do Brasil a obter Indicação de Procedência de seus vinhos finos, exibindo o Selo de Controle em vinhos e espumantes elaborados pelas vinícolas associadas, o que valoriza e distingue a produção da região.
Na visão das acadêmicas, participar do II Cointer foi importante pelo feedback, pois é um evento que engloba discussões interdisciplinares por ser promovido pelo curso de Licenciatura em Ciências Humanas, abrindo uma possibilidade para trabalhos da área da Gastronomia, onde ainda se tem poucas oportunidades de eventos acadêmicos. A participação delas mostra que os alunos de Gastronomia podem apresentar trabalhos e fazer pesquisas também na área de ciências humanas, tendo em vista que o curso não está focado só na parte de cozinha, mas abrange várias questões, como neste caso, vinculadas a geografia no sentido de preservar o local e a história, indo ao encontro de questões relacionadas ao patrimônio imaterial.
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