Nugedis publica nota em defesa de professores autores de livro sobre gênero e diversidade
O livro "Gênero, (trans)gêneros e educação - alguns enfrentamentos", organizado pelos professores do IFFar, Ana Maria Colling, Eliane Quincozes Porto e Vantoir Roberto Brancher, foi lançado no final de 2020. O livro recebeu algumas críticas a respeito dos temas discutidos. Uma nota dos Núcleos de Gênero e Diversidade Sexual do IFFar defendeu a obra e seus autores.
"Caminhos possíveis à inclusão V: Gêneros, (trans)gêneros e educação – alguns enfrentamentos" reúne artigos realizados por diversos pesquisadores e pesquisadoras abordando temas relacionados a educação, a interseccionalidade e os estudos de gênero. Publicado pela editora Brazil Publishing, o livro está disponível gratuitamente, na versão digital, neste link.
Confira a nota dos Nugedis do IFFar:
NOTA DE REPÚDIO
Os Núcleos de Gênero e Diversidade Sexual do Instituto Federal Farroupilha vêm a público emitir uma nota de repúdio ao ataque sofrido pela obra “Gêneros, (trans)gêneros e educação – alguns enfrentamentos”, organizada por dois colegas do Instituto Federal Farroupilha. O livro é resultado da escrita de intelectuais de várias partes do Brasil que apresentam muitas possibilidades de análises de novos objetos, novas fontes, novos temas e novos (velhos) problemas, relacionados à educação, gêneros e (trans)gêneros. Um exercício de interseccionalidade que relaciona diversidade sexual, sexualidades, geração, violência, mulheres trans, mulheres negras, identidade indígena, movimento LGBT, história das mulheres, resistências, corpo, estudos decoloniais, estudos queer, e outros temas fundamentais na formação docente e no exercício educacional. Esta obra que em seus 12 textos se utiliza de autores como Michel Foucault, Judith Butler, Simone de Beauvoir, Joan Scott, Guacira Louro, Angela Davis, Michelle Perrot, e tantos outros, tem como proposta fundamental provocar reflexões à respeito das diferenças, ou melhor, a produção da diferença nos corpos. Esperamos que este livro também seja um espaço de resistência e enfrentamento a todas as formas de domesticação, controle e heteronormatividade.
Os Núcleos de Gênero e Diversidade Sexual do IFFar vêm a público demonstrar, acima de tudo, o seu respeito sobre a liberdade para pesquisar e produzir conhecimento. Respeito às publicações sobre gênero, diversidade e inclusão, bem como a todas as pessoas representadas por estas teorias. O pesquisador e seu objeto de pesquisa não devem jamais ser alvo de censura.
Os Núcleos de Gênero e Diversidade Sexual do IFFar, também vêm afirmando em suas ações a importância de dialogar, estudar e pesquisar gênero na escola e na sociedade, sempre pensando na construção de um mundo mais empático e justo. Sabemos que desconstruir preconceitos que estão arraigados na sociedade conservadora em que vivemos é uma tarefa difícil e que se dá somente pela educação.
Lutaremos por uma escola formadora de cidadãos que respeitem as diferenças e amem as pessoas como elas são. Que pessoas Trans sejam incluídas e não expulsas do sistema educacional ainda no ensino fundamental por violências institucionais, que pessoas homossexuais não sejam reprimidas, que meninos e meninas sejam vistos igualmente, sem estereótipos de gênero e que nossos alunos não se transformem em feminicidas e consequentemente que nossas meninas e mulheres não sejam mais mortas por serem mulheres.
Nosso apoio solidário e carinhoso aos colegas Eliane Quincozes Porto e Vantoir Brancher, extensivo à Ana Maria Colling e demais autores do livro, desde já agradecendo o importante e belíssimo trabalho que vêm desenvolvendo em favor da temática. Seguimos!
Núcleos de Gênero e Diversidade Sexual
Campus Alegrete, Frederico Westphalen, Jaguari, Júlio de Castilhos, Santa Rosa, Santo Augusto, Santo Ângelo, São Borja e São Vicente do Sul.
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