Estudantes do IFFar desenvolvem projeto sobre gestão das emoções
O projeto de extensão “Inteligência Emocional: uma necessidade do nosso tempo” é desenvolvido por estudantes do Campus Panambi em escolas da cidade e da região. O objetivo é apresentar ferramentas que auxiliem os jovens a gerenciar emoções e pensamentos de forma mais saudável.
O projeto, desenvolvido desde 2019, foi aprovado pelo terceiro ano consecutivo no edital de seleção de ações de extensão propostas por estudantes do IFFar. Atualmente, participam do projeto as estudantes do curso técnico em Manutenção e Suporte em Informática do Campus Panambi, Yasmin Batista Lau e Luiza Graminho, e a egressa do curso técnico em Química do IFFar, Letícia Bonfada, idealizadora do projeto. Neste ano, o projeto conta com a orientação da psicóloga do Campus Panambi, Solange Ester Koehler. Desde a sua criação, o projeto já contou com a participação de cinco estudantes e três servidores da instituição.
Os objetivos do projeto
Os objetivos principais da proposta são apresentar ferramentas que auxiliem os jovens a contornar doenças psicológicas, tais como a depressão e a ansiedade, aprendendo a colocar em prática conhecimentos sobre como gerenciar emoções e pensamentos. Por meio de dicas e atividades, as integrantes do projeto buscam desenvolver e mostrar a importância da inteligência emocional para lidar com os conflitos do dia a dia. A ideia é também levar conhecimento sobre os fenômenos mentais e as principais doenças psicológicas que acometem os jovens, identificando seus sintomas. “A proposta é abordar temas que, muitas vezes, são excluídos de conversas, mas que são importantes para o desenvolvimento pessoal nessa faixa etária, como a influência dos padrões de beleza impostos pela sociedade na nossa saúde mental, a pressão para a obtenção de boas notas na escola, o ideal da perfeição, entre outros”, complementa Letícia.
Os temas abordados pelo projeto envolvem inteligência emocional, o valor de se falar sobre saúde mental, o gerenciamento de emoções, o sofrimento psíquico, o conhecimento sobre a mente humana, a construção dos pensamentos e a comunicação não-violenta.
Como surgiu a proposta
Para a idealizadora do projeto, é fundamental proporcionar a reflexão sobre o desenvolvimento da necessidade de reagir à pressão da vida e aos desafios do mundo. “Afinal, em uma crise, possuir gestão das próprias emoções é a diferença entre afundar ou reagir”. Letícia conta que a motivação para desenvolver o projeto se deu a partir de observações que vinha fazendo do ambiente escolar. “Sempre notei, pelos corredores do IFFar, que muitos alunos viviam ansiosos, muitos deixavam de fazer coisas porque não sabiam gerenciar suas emoções. A partir disso, pensei como seria importante e como ajudaria e contribuiria para o desenvolvimento pessoal e para as relações sociais dentro da sala de aula, no meio acadêmico como um todo, se os alunos soubessem como gerenciar esses estímulos estressantes, como a ansiedade, o medo e a vergonha”.
A influência da saúde mental no aprendizado
As participantes do projeto destacam que as emoções são contagiosas e podem influenciar nas relações entre alunos e professores. “A ideia do projeto de gerar compreensão sobre o valor da nossa saúde mental e a importância de gerenciar as nossas emoções é uma forma de ajudar nessas questões, bem como no próprio aprendizado, porque, quando os alunos não estão emocionalmente saudáveis, o aprendizado também é prejudicado. Ser emocionalmente alfabetizado é tão importante quanto estudar matemática ou português, principalmente nos tempos atuais”, afirmam. Para as estudantes, o projeto é um convite para se tornar emocionalmente mais saudável e mais humano, compreendendo o valor do desenvolvimento da inteligência emocional.
O desenvolvimento das atividades nas escolas
Antes da pandemia, as atividades eram desenvolvidas presencialmente em escolas de Panambi e região. Ao todo, sete escolas das cidades de Panambi, Pejuçara e Bozano já participaram do projeto. A metodologia envolvia uma parte inicial contextual, explanada por um estudante extensionista, seguida da execução de diferentes atividades para consolidar o tema abordado, vinculado à gestão das emoções. “Uma das dinâmicas propostas consistia em confeccionar cartazes com frases sobre autoestima, os quais eram expostos nos banheiros ao redor dos espelhos”, exemplifica Letícia.
Com a pandemia, as atividades do projeto continuam de forma remota. A partir de encontros virtuais, lives e vídeos sobre assuntos relacionados a diferentes emoções, as estudantes buscam estabelecer um diálogo, em que as dúvidas e as angústias possam ser compartilhadas e compreendidas coletivamente. Por meio de diferentes formas de se gerir as emoções, a expectativa é a de que os participantes desenvolvam a capacidade de manifestar emoções mais saudáveis. Atualmente, as integrantes do projeto estão entrando em contato com as escolas para verificar o interesse em participar das atividades. “Assim que obtivermos o retorno positivo, vamos iniciar as atividades com os alunos. Serão 5 encontros via Google Meet para abordar os temas do projeto”, explicam.
Do projeto de extensão à escolha profissional
Letícia, responsável por idealizar o projeto em 2019, ingressou no curso de Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria (FISMA) em 2021. Segundo ela, a participação no projeto consolidou a escolha pela profissão. “Quando resolvi propor o projeto, eu já tinha a ideia de cursar Psicologia. Meu primeiro contato com a área foi no 9º ano, quando escrevi um artigo de conclusão sobre a psique humana e acabei me apaixonando pelo assunto. Para falar a verdade, a Psicologia me escolheu. A realização do projeto foi o impulso que faltava pra ter certeza que era isso o que eu queria. Olhar para os alunos e ter a sensação de estar ajudando de alguma forma foi, com certeza, uma das melhores experiências que pude ter dentro de um trabalho de extensão”.
Você pode acompanhar as ações do projeto pelo perfil no Instagram @projeto.gestao.das.emocoes.
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