Projeto de aquaponia desenvolvido no Campus Alegrete foi apresentado na MEPT

Dentre as atividades que compuseram o segundo dia da MEPT, está a Mostra de Inovação, oportunidade que os estudantes de todos os campi têm de expor experimentos práticos que produzem soluções técnicas e tecnológicas e contribuem para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico.

Ao todo, doze trabalhos inovadores se inscreveram para essa edição. Um deles foi o projeto “Aquaponia – produção de peixes e vegetais em sistema integrado”, dos alunos de Zootecnia do Campus Alegrete João Paulo Uberti e Lucas Vidal Copa, sob orientação do professor Paulo Duran dos Santos Molina.

A aquaponia, resultado da união dos sistemas de aquicultura e hidroponia, representa uma forma de produção de alimentos de alta qualidade de forma sustentável. O aluno João Paulo, responsável por apresentar o projeto na Mostra, explica que se trata de de um sistema integrado entre vegetais e organismos vivos – nesse caso, peixes.

Por meio da representação montada para a MEPT (foto), ele esclarece o funcionamento do sistema: “Nessa caixa de baixo ficam os peixes e, em um nível acima, fica a cama de cultivo onde estão essas pedras (argila expandida), utilizadas em jardim, que possuem fissuras capazes de reter bactérias. Essas bactérias são capazes de retirar a amônia da água que vem dos peixes, deixando a água desnitrificada, ao mesmo tempo em que preservam os nutrientes para os vegetais se desenvolverem”.

Cada 50g de ração fornecida  aos peixes equivale ao cultivo de um metro quadrado de vegetais, medida que suporta cerca de 16 pés de alface ou 20 pés de rúculas, que são os vegetais cultivados no campus. Contudo, o sistema pode ser implementado para cultivar qualquer tipo de vegetal.

Além da qualidade dos alimentos produzidos, os estudos em aquaponia visam a oportunizar o desenvolvimento da agricultura familiar. Isso por que, segundo João Paulo, o orçamento para a construção do sistema é mínimo, podendo ser implementado em quintais: “podem ser utilizadas bombas de aquário que custam cerca de cem reais”, exemplifica.

O aluno destaca que o próximo passo é tornar o sistema totalmente sustentável. “Hoje, ele está quase 100% sustentável, mas a bomba ainda é ligada à energia elétrica. Então, estamos fazendo um projeto com a Unipampa para anexar uma placa solar para fazer a bomba funcionar, a fim de tornar o sistema totalmente autônomo”.

O projeto está em andamento há um ano e hoje conta com uma cama de cultivo de alfaces e rúculas com dimensão de 10 metros quadrados. Todos os vegetais produzidos são utilizados pelo refeitório do Campus.