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IFFar - Alegrete é presenteado com fêmeas bovinas de raça ainda pouco conhecida no Brasil

Publicado em Quarta, 24 de Mai de 2017, 14h43 | por Ascom Alegrete | Voltar à página anterior

O objetivo é oportunizar aos alunos um diferencial de contato e utilização da raça em atividades de ensino, pesquisa, multiplicação e fomento

O Instituto Federal Farroupilha Campus Alegrete passou a ser o proprietário das duas únicas fêmeas bovinas da raça Ayrshire oficialmente registradas no Brasil. As matrizes, que são chamadas de “Gap 01” e “Amêndoa” já estão no campus desde outubro de 2016 e, no início do mês de maio, tiveram a doação formalizada por Nathã Carvalho, Zootecnista egresso do IFFar - Campus Alegrete e que atualmente integra o Grupo de Pesquisa e Extensão em Ruminantes (GPER) do campus e até então, era o proprietário dos animais. Delegada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para efetuar o registro genealógico da raça no Brasil, a Associação Nacional de Criadores Herd Book Collares, com sede em Pelotas (RS), já emitiu os novos certificados de registro das duas vacas como exemplares de propriedade do IFFar - CA.  

De acordo com Nathã, a iniciativa foi motivada em virtude dos propósitos e ações de uma instituição como o IFFar, a qual objetiva desenvolver, testar e avaliar tecnologias para a melhoria do ambiente produtivo local, bem como, em função das perspectivas cada vez mais favoráveis para a pecuária leiteira na região de Alegrete. Ele ressalta que a raça Ayrshire é reconhecida mundialmente por seu potencial produtivo e que a partir destes exemplares será possível a formação de um pequeno núcleo de animais que possibilitarão à instituição, em longo prazo, aferir cientificamente as potencialidades de um grupo genético que possui uma proposta produtiva muito condizente com os sistemas locais de produção, detendo grande potencial para a região Fronteira-Oeste. Além das duas fêmeas, também já estão no campus, algumas doses de sêmen para a realização dos próximos manejos reprodutivos.

Por representarem uma raça que atualmente conta com poucos exemplares no Brasil e, acima de tudo, serem as únicas fêmeas devidamente registradas, é importante considerar que os animais não devem ser abatidos. As vacas poderão ser utilizadas como exemplares demonstrativos da raça Ayrshire para as aulas práticas e para a produção de novos exemplares objetivando a multiplicação e a conservação da raça. Desta forma, o Laboratório de Ensino, Pesquisa e Produção de Bovinos do IFFar-CA, bem como o Grupo de Pesquisa e Extensão em Ruminantes da instituição, tornam-se a partir de agora os únicos no país a contarem com indivíduos puros desta raça para atividades de produção, ensino, pesquisa e fomento. Por conta disso, a doação também foi registrada no Setor de Patrimônio do Campus.

Além da Ayrshire, a LEPEP Bovinocultura já possui um rebanho bovino formado por matrizes leiteiras das raças Holandesa, Jersey, Girolando e Gir Leiteiro, além de exemplares do mestiço “Jersolando”. No gado de corte, o plantel é composto por animais das raças Brangus e Braford. De acordo com Nathã, a disponibilidade destes diferentes genótipos proporciona um considerável diferencial que a instituição oferece aos alunos em termos de ensino e possibilidades de pesquisas científicas.

A raça

A Ayrshire (Pronuncia-se “Aixaire” ou “Aixér”) é uma raça de aptidão leiteira originada da Escócia, reconhecida em 1814 em seu país de origem. Está presente em grande volume de animais no Reino Unido, Finlândia, Noruega, Suécia, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Quênia e Colômbia. Apesar de ter sido introduzida no Brasil em 1937, ficou restrita a órgãos governamentais e pequenos rebanhos, tendo poucas oportunidades de demonstrar seu potencial. Apresenta médio porte, pelagem vermelha e branca malhada ou castanha e é famosa mundialmente por sua rusticidade, resistência às doenças, funcionalidade, menor exigência alimentar, cascos fortes e pigmentados e ótima produção de leite com bons teores de sólidos (destacam-se os teores de cálcio), sendo amplamente recomendada tanto para sistemas intensivos como semi-intensivos e semi-extensivos de produção.

Grupo de Pesquisa e Extensão em Ruminantes - GPER

Sob nova nomenclatura, o Grupo de Pesquisa e Extensão em Ruminantes (GPER) é produto de uma recente fusão dos anteriores grupos de pesquisa específicos de ovinocultura e de bovinocultura. O GPER, formado por alunos de diferentes cursos do campus e colaboradores externos sob a orientação do Prof. Dr. Emmanuel Camargo, tem desenvolvido diferentes ações de ensino, pesquisa, fomento e extensão nos últimos três anos. Em termos de pesquisa para a bovinocultura leiteira, experimentos têm sido realizados com o foco em características quantitativas e qualitativas do leite em resposta a diferentes manejos nutricionais e ao uso de diferentes raças e cruzamentos, bem como o desempenho dos animais em sistemas alternativos de produção. Os resultados das diversas práticas experimentais são publicados e apresentados pelos próprios alunos em eventos relacionados à iniciação científica. Entre eles, destacam-se o Congresso Brasileiro de Zootecnia (Zootec), a Reunião da Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ), a Mostra Científica e Tecnológica do IFFar (MEPT) e o Simpósio do Leite em Erechim (RS). "Este é um dos principais objetivos da instituição que incluímos em nossas diretrizes de trabalho. Através da ciência temos o dever de produzir e avaliar metodologias que possam ser aplicáveis para o desenvolvimento regional", enfatiza o Prof. Dr. Emmanuel. O contato com o GPER pode ser realizado pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo./

Nathã Carvalho, via Ascom - Campus Alegrete

 

 

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