Fórum de prefeitos debate o potencial dos geoparques para o desenvolvimento regional
Momento foi de troca de experiências entre instituições públicas, lideranças municipais e setor empresarial sobre os geoparques e o turismo sustentável.
A mesa de autoridades do Fórum foi formada pela reitora do IFFar, Nídia Heringer; pela pró-reitora de Extensão, Angela Marinho; pelo vice-reitor e reitor eleito da UFSM, Luciano Schuch; pela chefe de Gabinete e vice-reitora eleita da UFSM, Martha Adaime; e pelo prefeito da cidade de Santa Maria, Jorge Pozzobom.
Na tarde desta terça-feira (7), a reitoria do Instituto Federal Farroupilha sediou o Fórum dos Prefeitos da AMCENTRO, que teve como pauta "Geoparque e Agenda 2030: por que e como investir?”. O encontro faz parte da programação do Seminário de Educação, Sustentabilidade e Desenvolvimento (SESD), organizado pelo IFFar em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Prefeitura Municipal de Santa Maria.
O momento foi de troca de experiências entre instituições públicas, lideranças municipais e setor empresarial sobre as potencialidades para o desenvolvimento regional por meio do reconhecimento de áreas geográficas como geoparques mundiais. Atualmente, há apenas um reconhecido pela UNESCO no Brasil: o Parque Nacional do Araripe, no Ceará.
O Rio Grande do Sul conta com três aspirantes ao título: os geoparques Cânions do Sul, Quarta Colônia e Caçapava do Sul. Porém, essa lista deve aumentar, uma vez que o IFFar, em parceria com a UFSM e municípios, iniciou em outubro uma mobilização para viabilizar o reconhecimento de um geoparque na região central.
O prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom, que participou da mesa de autoridades do evento, apoia a ideia. Para ele, a região central tem muito potencial, mas ainda falta "empacotar" essas atrações para que se tornem turísticas e recebam investimento.
Para a reitora do IFFar, Nídia Heringer, o projeto do geoparque vai além do turismo em si. "Faz a gente pensar no desenvolvimento sustentável das nossas regiões, articula diferentes áreas - gastronomia, meio ambiente, sustentabilidade, educação", afirma. A pró-reitora de extensão do IFFar, Angela Marinho, ressalta a importância da parceria entre os setores público e privado para que as coisas aconteçam: "Potencializando esses encontros e trocas é que podemos crescer juntos".
A pró-reitora do IFFar, Angela Marinho (em pé), e a vice-reitora eleita da UFSM, Martha Adaime (sentada), coordenaram o evento.
Prefeitos resgataram trajetórias de geoparques aspirantes
O fórum teve início com Carlos Souza, prefeito de Torres e presidente do Consórcio Geoparque Aspirante UNESCO Caminhos dos Cânions do Sul, que está a um passo de receber o reconhecimento. Isso porque a área recebeu no último mês a visita de profissionais responsáveis pela avaliação que vai definir sobre a chancela da agência.
O geoparque Caminhos dos Cânions do Sul envolve sete municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina: Cambará do Sul, Jacinto Machado, Mampituba, Morro Grande, Praia Grande, Timbé do Sul e Torres. O projeto começou em 2007 e teve o dossiê de candidatura enviado à UNESCO em 2019. O resultado deve sair no próximo ano.
Foto: Carlos Souza, prefeito do município de Torres.
O prefeito de Faxinal do Soturno, Clóvis Montagner, compartilhou sua experiência com o Geoparque Aspirante UNESCO Quarta Colônia, o qual envolve nove municípios: Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Seca, São João do Polêsine e Silveira Martins.
O projeto do geoparque é uma iniciativa da Universidade Federal de Santa Maria, que está inserida na região através de estudos e projetos, especialmente referentes aos fósseis por meio do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (Cappa). Para o prefeito, a união dos municípios para efetivar um projeto tão grandioso é essencial. Montagner contou que a trajetória para o desenvolvimento social e econômico sobre bases sustentáveis da região iniciou há 25 anos, em 1996, quando foi criado um consórcio intermunicipal. Trata-se do Condesus, Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia, do qual é presidente.
Foto: Clóvis Montagner, prefeito de Faxinal do Soturno.
Empresário falou da experiência com gestão de parques
O Fórum dos Prefeitos da AMCENTRO também contou com a participação de Helio Militz Júnior para compartilhar a experiência da Urbanes Empreendimentos, de Santa Maria. Por meio de consórcios, hoje a empresa administra parques no Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. No encontro, Militz falou de conceitos básicos para a exploração do turismo regional e dos pilares da gestão de parques.
Um geoparque para a região central
O próximo passo para pleitear o reconhecimento de um geoparque mundial na região central do Rio Grande do Sul é a preparação de um dossiê exigido pela UNESCO. Segundo a pró-reitora de extensão do IFFar, Angela Marinho, o documento deve ser elaborado conjuntamente entre IFFar, UFSM, Unipampa e municípios. Além disso, representantes das instituições e lideranças devem se reunir em janeiro para tratar do assunto com o Ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, que estará em Santa Maria.
A área geográfica que abrange as cidades de Jaguari, Mata, Nova Esperança do Sul, São Francisco de Assis, São Pedro do Sul e São Vicente do Sul foi nomeada como "Raízes de Pedra" após consulta pública.
Lideranças municipais presentes
Além dos palestrantes, o Fórum contou com a participação dos prefeitos dos municípios de Jaguari, Nova Esperança do Sul, Toropi, Restinga Seca, São Vicente do Sul e os vice-prefeitos de São Pedro do Sul e São Francisco de Assis.
Conceito de geoparque
Geoparque é um conceito definido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para áreas geográficas unificadas de relevância geológica internacional, que tenham uma estratégia social e ambiental de desenvolvimento responsável. Para que uma localidade seja reconhecida como geoparque, além do potencial geológico e geomorfológico, é preciso atingir alguns objetivos propostos pela Unesco, que envolvem educação, melhorias no setor do turismo, conservação do patrimônio, geração de trabalho e renda, entre outros.
Atualmente, existem 127 geoparques da UNESCO em 35 países.
Secom
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