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Gurias na Ciência: quando o futuro científico começa na escola

Publicado em Segunda, 07 de Julho de 2025, 14h00 | por Secretaria de Comunicação | Voltar à página anterior

A presença feminina na ciência tem crescido no Brasil, mas ainda enfrenta desafios. No IFFar - Campus Alegrete, o projeto Gurias na Ciência incentiva meninas a explorarem seu potencial nos campos científicos e tecnológicos e mostra que o caminho para uma trajetória de transformação pode começar ainda na escola.

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Alunas da rede pública municipal de Alegrete participantes do Projeto Gurias na Ciência.

Nas últimas duas décadas, o Brasil avançou na promoção da equidade de gênero na ciência. Em 2002, 38% das publicações científicas brasileiras eram assinadas por mulheres. Em 2022, esse percentual chegou a 49%, segundo o relatório "Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil", produzido pela Elsevier em parceria com a Agência Bori. Com esses números, o Brasil ocupa hoje a terceira posição entre os países investigados com maior participação feminina na autoria de estudos científicos, ficando atrás apenas da Argentina e de Portugal.

Apesar do avanço, persistem desigualdades. A participação das mulheres nas chamadas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) ainda é desproporcional, e a presença feminina tende a diminuir à medida que se alcançam posições mais altas na carreira científica. Para mudar esse cenário, é essencial investir em ações que incentivem o interesse e a permanência de meninas e mulheres na ciência desde os primeiros anos da formação escolar.

Com esse compromisso, o Campus Alegrete deu início, em junho, à segunda edição do projeto Gurias na Ciência. Inspirada na iniciativa Meninas com Ciência, do Museu Nacional da UFRJ, a proposta busca estimular o interesse de estudantes do 9º ano da rede pública municipal de Alegrete pelas áreas científicas e tecnológicas. Parte-se do princípio de que meninas também pertencem a esses espaços e podem protagonizar projetos de pesquisa, inovação e transformação social.

Coordenado pela professora Paula Guadagnin e aprovado pelo Edital PROEX nº 300/2024, o projeto conta com a parceria da Prefeitura Municipal de Alegrete, por meio da Secretaria de Educação, que garante o transporte das estudantes até o campus. Participam 25 alunas de três escolas municipais de educação básica: a EMEB Antônio Saint Pastous de Freitas, a EMEB Francisco Carlos e a EMEB Lions Clube, acompanhadas de professoras da rede municipal.

Cada encontro é conduzido por uma docente do IFFar, que compartilha sua trajetória, dialoga com as alunas sobre caminhos possíveis na ciência e conduz uma oficina prática em sua área de atuação. As atividades contemplam diferentes campos do conhecimento, como Química, Física, Biologia, Geografia, Informática, Alimentos e Letras.

No primeiro encontro, as estudantes participaram de uma roda de conversa sobre o papel das mulheres na sociedade e na ciência. Também realizaram uma visita aos setores de produção e aos espaços acadêmicos do campus. Segundo a professora Paula Guadagnin, “as meninas demonstram grande entusiasmo ao participar das atividades no campus. É possível perceber sua empolgação durante os encontros, expressa na alegria com cada proposta, nas dinâmicas de apresentação e nas discussões, das quais participaram com bastante envolvimento”.

Paula destaca ainda que “nenhuma delas conhecia o campus anteriormente e muitas sequer haviam ouvido falar sobre a instituição”. Algumas alunas demonstraram interesse em estudar ali no futuro e perguntaram sobre a gratuidade dos cursos e o processo de ingresso. “Durante a visita ao campus, foi evidente o encantamento delas com tudo o que conheceram. Na oficina de Química, por exemplo, elas aproveitaram cada etapa da atividade: desde o momento de vestir os jalecos e as luvas até a execução dos procedimentos para a produção de sabonetes, sempre com muita concentração e dedicação”, completa.

Paola Acosta Pereira, bolsista do projeto e estudante do primeiro semestre do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, conta que o que mais motivou sua participação no projeto foi “a busca pelo incentivo ao campo científico pode despertar um interesse que muitas vezes acaba ficando para trás devido à falta de atividades científicas nas escolas”. Paola diz que se apaixonou pelo projeto assim que soube dele e o considera um incentivo “necessário não só para essas meninas, mas para muitas que não têm acesso a uma educação de qualidade”.

Além de auxiliar na organização e nas atividades do projeto, Paola também tem papel ativo na recepção das alunas. “A acolhida é uma parte importante, e o cuidado de recebê-las é o momento que mais gosto, pois sempre tentamos dar um espaço de conversas, trocas, dinâmicas e, assim, conhecemos umas às outras de maneira mais tranquila e amigável, se tornando um momento menos engessado e mais dinâmico”, relata.

A bolsista também reflete sobre como o projeto tem impactado sua própria formação pessoal e acadêmica. “Fez-me e faz-me refletir a cada encontro sobre a importância do incentivo, das conversas com os jovens, sobre a carência educacional para jovens meninas em descobrir um mundo maior do que encontramos muitas vezes dentro de nossas casas”, diz. Para a graduanda, participar do projeto é como “ligar uma luz em um caminho que achávamos que nem tínhamos, mas não só temos como podemos escolher ele ou não”.

Segundo a professora Paula, o principal impacto observado nas alunas é que “as meninas passam a reconhecer as possibilidades que têm ao seu alcance”. Para estimular esse reconhecimento, o projeto busca envolver também alunas do próprio campus nas atividades, seja apresentando setores, seja apoiando as oficinas.

“Além disso, antes do início das oficinas, as professoras convidadas também relatam um pouco de suas trajetórias pessoais e profissionais. Esse momento costuma despertar interesse, promovendo a interação e o questionamento por parte das meninas, o que contribui para suas reflexões sobre o futuro profissional”, explica.

Sobre a continuidade do projeto, a professora ressalta que, “havendo a continuidade da parceria com a Prefeitura Municipal, da qual depende o transporte das alunas, a proposta é que o projeto seja ofertado anualmente”. A faixa etária deve ser mantida, com prioridade para as alunas do 9º ano do Ensino Fundamental. “Essa escolha se justifica por um dos objetivos do projeto: incentivar que essas alunas ingressem, futuramente, no Ensino Médio Integrado ofertado pela instituição”.

Mais do que oficinas científicas, Gurias na Ciência é sobre abrir portas. Ao aproximar o cotidiano da escola pública do universo acadêmico, o projeto afirma que a ciência é feita por muitas vozes. E, entre elas, estão as vozes das meninas que agora descobrem, com confiança e curiosidade, que esse também é um lugar para elas.

Acompanhe as ações do Gurias na Ciência por meio do Instagram do projeto.

Confira as próximas oficinas do projeto Gurias na Ciência

Julho
16 – Oficina de Alimentos com a professora Mariana Pinton

Agosto
13 – Oficina de Tecnologia da Informação com a professora Daniele Fernandes

Setembro
03 – Oficina de Biologia com as professoras Jéssica Matos, Débora Velasque e Marciele Grevinell
29 – Oficina de Letras com a professora Annabel Laurino

Outubro
08 – Oficina de Geografia com a professora Suelen Rodrigues
29 – Oficina de Física com a professora Mirian Marchezan

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