Livro infantil multiformato promove educação fiscal e inclusão em escolas
Entre páginas coloridas, ilustrações em relevo e pontos que ganham forma sob o toque dos dedos, um livro infantil está tornando o aprendizado sobre educação fiscal mais acessível e inclusivo.
Durante a 52ª Feira do Livro de Santa Maria, na Praça Saldanha Marinho, Cristina Helena Bento Farias, coordenadora do Programa Municipal de Educação Fiscal da Prefeitura de Santa Maria; Betania Marques Moraes, revisora de braille do IFFar; Patricia Santos da Silva, educadora especial da SMED; e Letícia de Paula Zenker, representante do Comitê do Livro, Incentivo à Leitura e à Criação Literária da SMED, com a obra "O Jardim dos Tributos – Multiformato Acessível".
O Jardim dos Tributos – Multiformato Acessível foi lançado durante a 52ª Feira do Livro de Santa Maria com o objetivo de aproximar as crianças do tema da educação fiscal e valorizar a leitura em diferentes formatos como ferramenta de inclusão.
A obra, escrita por Patrícia Luciene de Albuquerque Bragamonte e adaptada pela pedagoga Cristina Helena Bento Farias, recebeu apoio do Programa Municipal de Educação Fiscal, da Secretaria Municipal de Educação e da Secretaria da Fazenda. Contou com a orientação das educadoras especiais Carolina Terribile Teixeira e Patricia Santos da Silva, além do apoio do Comitê do Livro, Incentivo à Leitura e à Criação Literária da SMED, coordenado por Letícia de Paula Zenker. A adaptação textual em braille foi produzida pelo Instituto Federal Farroupilha (IFFar), reforçando o compromisso com o acesso universal ao conhecimento.
Cristina Farias, coordenadora do Programa Municipal de Educação Fiscal, conta que a ideia surgiu a partir de um convite para levar o tema às crianças que participariam da feira. “Pensei imediatamente que educação fiscal é cidadania, e cidadania é para todos. O desafio era tornar esse assunto, muitas vezes visto como distante, acessível ao público infantil. A proposta cresceu, conquistou apoiadores e se transformou em um símbolo de inclusão”, relata.
O impacto do projeto pôde ser visto nas salas de aula. Cristina lembra de uma atividade em que duas crianças cegas leram a história com as mãos, experiência antes restrita à hora do conto. “Foi emocionante ver a alegria delas. E, quando os colegas videntes fecharam os olhos e tentaram ‘ler’ com o tato, percebemos que estávamos promovendo mais do que leitura: estávamos ensinando empatia e cidadania desde cedo”, afirma.
A impressão em braille foi realizada pelo Núcleo de Elaboração e Adaptação de Materiais Didático-Pedagógicos (Neama) do IFFar, responsável por ampliar o acesso de pessoas com deficiência visual a conteúdos educativos na instituição. A reitora do IFFar, professora Nídia Heringer, destaca que a iniciativa reforça o compromisso da instituição com a diversidade e a acessibilidade. “O Instituto Federal Farroupilha sente-se honrado em contribuir com a impressão em braille desta obra. Entendemos a relevância da iniciativa para a promoção da acessibilidade e reafirmamos nosso compromisso com ações que valorizem a diversidade e ampliem o acesso à leitura para pessoas com deficiência visual".

Detalhes da obra "O Jardim dos Tributos – Multiformato Acessível", que reúne texto em braille e ilustrações em alto relevo, promovendo a inclusão de crianças cegas e com baixa visão por meio da leitura tátil.
Betania Marques Moraes, educadora especial e revisora de braille do Neama, desenvolveu a adaptação para o braille. Ela explica que o trabalho exige tecnologia, precisão e sensibilidade. “O texto é transcrito em programas específicos, revisado minuciosamente e impresso em papel especial, mais grosso, para que os pontos fiquem em relevo. No IFFar, fazemos questão de preservar a obra integralmente. Não é apenas sobre imprimir em braille, é sobre garantir que crianças cegas e com baixa visão tenham acesso à mesma experiência que as demais”, conta.
Para Betania, oferecer livros em braille é uma das formas mais concretas de inclusão. “Essas crianças precisam ter contato com livros desde cedo, para desenvolver a imaginação e a alfabetização. Ao mesmo tempo, quando levamos materiais em braille para a sala de aula, as crianças videntes também aprendem a respeitar as diferenças. Muitas vezes, elas ficam curiosas, passam o dedo pelos pontos e perguntam como funciona. Esse interesse é o primeiro passo para um mundo mais inclusivo”, diz.
Cristina reforça que a educação fiscal ganha ainda mais relevância quando apresentada de forma acessível. “A cidadania se constrói com informação disponível para todos. Uma criança cega tem o direito de conhecer essa história pelo toque. Uma criança vidente, ao se interessar pelo braille, aprende sobre diversidade. Pequenas experiências assim moldam cidadãos mais conscientes”.
A publicação está disponível na Prefeitura de Santa Maria e integra as ações do Programa de Educação Fiscal. A expectativa é que a obra alcance o maior número possível de crianças e incentive experiências inclusivas. “É impressionante como elas se envolvem”, comenta Cristina. “A cidadania se constrói com informação acessível. Se uma criança não enxerga, ela tem o direito de conhecer essa história pelo toque. Se uma criança vidente se interessa pelo braille, ela aprende sobre diversidade. E todos aprendem que a cidadania se faz em pequenas escolhas, no dia a dia. Esse livro é uma ferramenta de aprendizado e transformação”, destaca.
Betania conclui que projetos como esse demonstram que a inclusão é resultado de um esforço coletivo. “Não se trata apenas de adaptar um livro, mas de garantir que todas as crianças tenham acesso, voz e protagonismo. É emocionante ver a leitura e a cidadania ganharem vida em tantos formatos”.
Com as parcerias da Secretaria Municipal de Educação e do Instituto Federal Farroupilha, o livro O Jardim dos Tributos – Multiformato Acessível ganhou versões acessíveis que ampliam possibilidades e aproximam a educação fiscal de novos públicos. A iniciativa valoriza diferentes formas de leitura e reafirma o compromisso com o conhecimento que acolhe e alcança a todos.
Secom

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